segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus – 1º de janeiro

    
     A Maternidade Divina, dogma solenemente proclamado pelo Concílio de Éfeso (431 d.C.), e tempos depois proclamado por outros Concílios universais, o de Calcedônia e os de Constantinopla, refere-se à Virgem Maria como a verdadeira Mãe de Deus (“Theotókos”), ou seja, Maria é Mãe de Jesus – O Verbo Divino em suas duas naturezas (humana e divina).
     A Carta encíclica Redemptoris Mater diz: “A MÃE DO REDENTOR tem um lugar bem preciso no plano da salvação, porque, “ao chegar a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido duma mulher, nascido sob a Lei, a fim de resgatar os que estavam sujeitos à Lei e para que nós recebêssemos a adoção de filhos. E porque vós sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: ‘Abbá! Pai!’ (Gál 4, 4-6)”.
     A Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus (Theotókos) ocorre dentro das festividades de Natal, na oitava de Natal (oito dias depois da Natividade, primeiro dia do ano novo), para relembrarmos o nascimento de Jesus, o Filho de Deus. De acordo com a tradição católica, é a primeira Festa Mariana da Igreja Ocidental e começou a ser celebrada em Roma no século VI, possivelmente junto com a dedicação do templo, no dia 1º de janeiro, a “Santa Maria Antiga” no Foro Romano, uma das primeiras igrejas marianas de Roma. Desta forma, esta Festa Mariana encontra seu marco litúrgico no Natal e ao mesmo tempo em que todos os católicos começam o ano novo pedindo a proteção da Santíssima Virgem Maria.
     A seguir, temos mais alguns dados sobre esta importante Solenidade:
Conclui a Oitava de Natal
     Com esta Solenidade se conclui a Oitava de Natal, um conjunto de oito dias desde o dia 25 de dezembro nos quais a Igreja atualmente celebra o nascimento de Jesus.
     No Antigo Testamento (Gn 17,9-14), pode-se ler que há muitos séculos Deus fez uma aliança com Abraão e sua descendência, cujo sinal era a circuncisão ao oitavo dia depois do nascimento. Obedecendo a lei, o Filho de Deus submeteu-se ao prescrito e recebeu, naquele momento, o nome anunciado à Virgem Maria.
     “Completados que foram os oito dias para ser circuncidado o Menino, foi-lhe posto o nome de Jesus, como lhe tinha chamado o anjo, antes de ser concebido no seio materno” (Lc 2,21).
A Theotókos
     Os primeiros cristãos costumavam chamar a Virgem Maria de “Theotókos”, que em grego significa “Mãe de Deus”. Este título aparece nas catacumbas debaixo da cidade de Roma e em antigos monumentos do Oriente (Grécia, Turquia, Egito).
     Os Bispos reunidos no Concílio de Éfeso (431), cidade onde, segunda a tradição, a Virgem passou seus últimos anos antes de sua Assunção ao céu, declararam: “A Virgem Maria sim é Mãe de Deus, porque seu Filho, Cristo, é Deus”.
     “Sob seu amparo nos acolhemos, Santa Mãe de Deus”, diz uma das antigas orações marianas dos cristãos do Egito do século III. Cabe ressaltar que esse título de “Mãe de Deus” (“Theotókos”) não existia e que foi criado pelos cristãos para expressar sua fé.
Antiga festa mariana
     A “Maternidade de Maria” é uma das primeiras festas marianas na cristandade. Conta-se que, por volta do século V, em Bizâncio, havia uma “memória da Mãe de Deus”, que se celebrava no dia 26 de dezembro, o dia seguinte ao Natal.
     Aos poucos, foi se introduzindo na liturgia romana em um dia da Oitava de Natal e, já no século VIII, encontram-se para esta comemoração antífonas com o título de “Natale Sanctae Mariae”, assim como orações e responsórios com os quais se honrava a divina “Maternidade de Maria”.
     Com o tempo esta memória da Virgem foi transferida para comemorar a “Circuncisão do Senhor”, mas seria mantido o caráter mariano. Em 1931, o Papa Pio XI a restabeleceu para o dia 11 de outubro, por ocasião do XV centenário do Concílio de Éfeso e lhe deu uma categoria equivalente à Solenidade atual.
     Anos depois, nesta data, o Concílio Vaticano II (1962) foi inaugurado. Com a reforma litúrgica de 1969, a “Maternidade de Maria” passou a ser celebrada em 1º de janeiro, dia em que se inicia o “calendário civil”.
Fundamento de dogmas marianos
     O título “Mãe de Deus” é o principal e mais importante dogma sobre a Virgem Maria e todos os demais dogmas marianos encontram seu sentido nesta verdade de fé. Os outros dogmas marianos são: Maria Santíssima teve uma Imaculada Concepção, Perpétua Virgindade e que foi levada em corpo e alma para o céu (Assunção).
     Do mesmo modo, Nossa Senhora tem os seguintes títulos: Mãe dos homens, Mãe da Igreja, Advogada nossa, Corredentora, Medianeira de todas as graças, Rainha e Senhora de toda a criação e todo louvor contidos nas ladainhas do Santo Rosário.
Fontes:https://www.paulus.com.br/portal/santo/maria-santissima-mae-de-deus-solenidade#.WkavdLpFzIUhttp://www.acidigital.com/ 
     No dia em que temos a alegria de começar um novo ano de trabalhos e oração, a Santa Madre Igreja nos convida a celebrar o mais importante título com que a Cristandade, desde as suas origens, tem honrado a Virgem Maria e, por meio dela, Aquele que por Ela quis vir ao mundo. Referimo-nos à Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus: dia de preceito, dia de mistério, dia de, com os olhos postos em nossa Mãe Dadivosa, renovarmos todo o conjunto de nossa santa fé católica. Antes, porém, de vermos quais propósitos a festa de hoje nos pode inspirar, olhemos de mais perto as doçuras e preciosidades que se escondem sob este tão grande e tão misterioso título com que a Virgem Santíssima é há séculos aclamada.
     Desde antes de dar seu Filho à luz, Maria foi chamada por Santa Isabel a "mãe de meu Senhor" (Lc 1, 43). E os evangelistas, por sua vez, não se envergonham de referir-nos o que a respeito de Cristo pensavam os nazarenos: afinal, não era Maria sua mãe? (cf. Mt 13, 55). Com efeito, a "mãe de Jesus" (cf. Jo 2, 1; 19, 25), como carinhosamente lhe chama o discípulo a cujos cuidados seria confiada (cf. Jo 19, 26s), é sempre mencionada por sua relação Àquele que "ela concebeu do Espírito Santo como homem e que se tornou verdadeiramente seu Filho segundo a carne" (CIC, § 495).
     Ora, quem é esse Filho, que é esse fruto bendito senão a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o Filho eterno a quem o Pai, gerando-o desde sempre, transmite tudo o que é, tudo o que tem?
     Sob o olhar da fé podemos descobrir aqui a belíssima conveniência dessa maternidade divina, em razão da qual quis o próprio Deus cumular de graças e enriquecer com uma santidade singular Aquela que escolhera para dar à luz o Redentor. É esta, pois, uma verdade atestada já por São Paulo: "[...] quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho, que nasceu de uma mulher" (Gl 4, 4): pois do mesmo modo como da substância de Adão Eva fora formada, ainda virgem e sem pecado, assim também o Cristo haveria de tomar parte na carne imaculada de Maria, toda pura e sempre intacta. Eis a justiça, eis a sabedoria com que Deus, servindo-se dos mesmos instrumentos pelos quais a serpente fê-lo ruir, reergue o gênero humano sobre a humildade da nova Eva!
     Indefectivelmente fiel à fé recebida dos Apóstolos, a Igreja nunca temeu confessar que Maria é, de fato, Mãe de Deus (Theotókos). Não porque o Verbo divino, ao fazer-se carne, tenha nela tido origem, mas porque dela recebeu o santo corpo pelo qual operou a obra da nossa salvação; não porque a Virgem Deípara tenha gerado a natureza divina, mas porque deu à luz Cristo, verdadeiro Deus. Mãe de Deus, mãe de Nosso Senhor, mãe da Cabeça da Igreja: devido a esta grande e amável dignidade, não pode a Virgem Maria deixar de ser também mãe dos membros de Cristo, Mãe nossa, à cuja proteção devemos recorrer. Mãe de Cristo Rei, rainha, portanto, dos homens e dos anjos. Mãe do Divino Mediador, mediadora, portanto, para todos os que desejam ir a Jesus e, por meio dEle, ao Pai Celeste.
     Consagremos o ano que hoje começa aos cuidados desta Mãe admirável. Que Ela, pondo-nos sob a proteção de seu manto maternal, nos preserve do pecado, nos ajude a vencer as tentações, nos dê força de vontade para querermos ser santos. Que Ela nos faça perseverar, firmes e constantes, no serviço ao Senhor até o dia de nossa morte, por mais duro e áspero que seja o caminho. Que ao longo deste novo ano possamos associar-nos às dores da Mãe de Deus, a fim de um dia participarmos, ao seu lado, das alegrias que a sua divina maternidade conquistou para todos os redimidos pelo sangue de Cristo!

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